A Arte de Bem Falar!

A Gala dos Globos de Ouro foi há uma semana.
Não tendo eu acompanhado de fio a pavio todo o evento lá fui, ainda assim, aqui e ali, dando uma espreitadela interessada, para ver quem recebia mais um dos exemplares dourados.

De certa forma, esta gala tem ajudado a criar uma espécie de competição saudável em variadíssimas áreas o que, no meu entender, é de saudar. Com o passar dos anos, a gala começa a ter até uma certa dose de glamour e, à falta de melhor, parece-me que, de facto, começa a notar-se a felicidade no rosto de quem ganha e, por outro lado, a desilusão e o desapontamento daqueles que acabam por ficar de mãos a abanar.

Absolutamente deprimente foi o desempenho dos cinco pãezinhos sem sal, pivots da SIC, que tiveram a responsabilidade de, em indeferido (e não em directo como nos quiseram fazer crer), comentar a entrada dos nomeados e convidados. Sem conseguirem ir um milímetro que fosse mais além do que o registo fútil e oco a que estão habituados nos programas em que costumam participar, por entre sorrisos amarelos e de ocasião, lá foram massacrando a malta com comentários sobre vestidos, obrigando as senhoras a dar piruetas até à tontura e fazendo perguntas de ir às lágrimas do género "não lhe sabe bem estar aqui entre toda esta gente bonita?".

Claro que, e para não se deixar ficar atrás, a famosa Lili C, imparável e insuperável na arte de bem apregoar, lá foi exultando à vinda de todos os convivas, referindo-se, com pompa e circunstância, com um sorriso de orelha a orelha e no máximo da sua já reduzida elasticidade facial, "...a este tapete bonito". Foi um momento emocionante, para não dizer profundo.